Mergulhei. Nadei. Me perdi. Agora não sei qual direção tomar. Praia
segura ou mar revolto?
Gritei aos quatro ventos que queria calmaria.
Menti. Menti de novo. Menti tanto pra ver se eu mesmo acreditava. Sou
feito furação, preciso estar sempre lutando para dominar essa tempestade
de sentimentos. Muitas vezes falho. Falhei ontem e continuo tentando
remediar essa falha.
Relutei. Não queria ir. Opostos demais.
Fui. Era para ser bonança. Me envolvi. Virou temporal. Corri e
mergulhei. Buscava ali, no fundo das águas escuras, uma proteção. Me
encolhi e prendi a respiração até o peito queimar. Não suportei. Emergi.
Estava sozinha na tão sonhada calmaria. Doeu. Aquela não era eu.
Segurei o choro e fingi que estava tudo bem.
Engoli o orgulho e
me revesti de coragem. Enfrentar velhos medos é sempre uma guerra. A
pintura a óleo ainda estava lá, mas já não tinha o mesmo brilho. Esfriou
e a culpa foi minha. Nadei tanto contra a correnteza que acabei sozinha
em alto mar. Agora não sei qual direção tomar. Posso voltar para as tão
sonhadas águas seguras ou mergulhar na tormenta. Há riscos em buscar o
que me fez fugir? Doce contradição.
Lembra da Dory?
ResponderExcluirContinue a nadar! Continue a nadar!